OS PRIMEIROS IMIGRANTES
Sobre a família Millman, consta que o primeiro a chegar foi Salomão, nascido em 24 de dezembro de 1888, que veio da Rússia, passando antes pelas colônias agrícolas da Argentina, onde se casou com Clara. Em seguida, mudou-se para Pelotas e mandou buscar seus pais Aran e Sarah, além de seus irmãos: Inês, Marcos e Ada. Ele constituiu-se numa liderança importante junto ao Centro Israelita Pelotense.
Nos primeiros tempos, vendeu a crédito e depois estabeleceu uma fábrica e loja de roupas masculinas denominada “A Casa Londres”. Embora não tenha conseguido precisar o ano em que Salomão Millman chegou, estima-se que tenha sido entre 1907 e 1910.
Sobre Miguel Galanternick os dados são mais precisos, até porque a história de sua vida se encontra emaranhada na história da comunidade judaica de Pelotas.
(Jornalista gaúcho - 3ª geração)
Miguel Galanternick era filho de Jayme e Maria Galanternick. Nasceu na Ucrânia (que fazia parte do Império Russo), em 1881. Serviu ao exército militar na Romênia e foi daí que resolveu embarcar para Buenos Aires, Argentina, com 23 anos de idade. Na Argentina, permaneceu por três anos, até que recebeu um chamado de Abrahão Steinbruch, chefe religioso de Philippson, que era primo de seu pai, Maier Galanternick, para que fosse até a colônia conhecer sua filha Frida. Casaram-se em Philippson e logo foram morar em Porto Alegre. Na cidade, associou-se a Salomão Levy e David Chazan, que possuíam uma loja de tecidos, denominada “A Moda Inglesa”.
Em 1911 chegou a Pelotas e fundou uma filial da firma, sendo esta inteiramente sua. A loja funcionava à rua General Osósio, número 663. Fabricava e vendia móveis, além de trabalhar com tecidos.
Vários anúncios aparecem em jornais diários da cidade.
Seus dois primeiros filhos, Luísa e Benjamin, nasceram em Philippson, já que era comum as mulheres voltarem à colônia para dar à luz. As quatro restantes: Cecília, Sofia, Anita e Aida nasceram em Pelotas. Nenhum deles foi comerciante como Miguel. Na perspectiva de estimular a ascensão social, objetivo de todo imigrante, cinco de seus filhos completaram o ensino superior, sendo que apenas uma, Cecília, concluiu apenas os cursos comercial e de piano. Já Sofia fez o primeiro vestibular para a Faculdade de Direito de Pelotas, sendo promotora pública do estado.
Miguel já estabelecido, mandou buscar todos os seus familiares da Rússia e também suas irmãs e cunhados que moravam nos Estados Unidos, de foma que todos os Galanternick estivessem reunidos.
Além de fortalecer a comunidade judaica, que chegou a contar com mais de cem famílias, ou pelo menos parte dela, Galanternick integrou-se em manifestações políticas, artísticas, culturais, esportivas dentro da sociedade mais ampla.
Na década de 40, Miguel passou a morar em Porto Alegre, pois sua esposa havia falecido ainda em 1924, com trinta e cinco anos de idade e duas de suas filhas tinham ido para a capital estudar.
No dia 5 de agosto de 1967, morreu em Porto Alegre, alguns dias antes de completar 86 anos de idade.
Ele foi pioneiro em Pelotas. Organizou uma das sociedades israelitas que existiram na cidade, já que durante a década de 20 até 1933, dois grupos aqui estavam representados; comprou o terreno onde hoje fica o Cemitério Judaico, além de fundar uma Cooperativa de Crédito, que auxiliava alguns imigrantes judeus que chegavam à cidade, sendo também uma liderança importante dentro da Maçonaria.
Sobre o cemitério, Aida, sua filha, em entrevista concedida ao Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, disse que a primeira pessoa que lá se enterrou, foi justamente a irmã solteira do seu pai, Ida Galanternick, que faleceu no dia 11 de novembro de 1922. E como para os judeus não se podia deixar uma pessoa sozinha no cemitério, sua avó Maria Galanternick, que era extremamente frágil, passava dias próximas ao corpo, até que enterraram a segunda pessoa, que foi sua mãe. As informações que constam nas lápides dos túmulos revelam, no entanto, que após cinco meses da morte de Ida, faleceu Rachel Skenazi.
Além de fortalecer a comunidade judaica, que chegou a contar com mais de cem famílias, ou pelo menos parte dela, Galanternick integrou-se em manifestações políticas, artísticas, culturais, esportivas dentro da sociedade mais ampla.
Na década de 40, Miguel passou a morar em Porto Alegre, pois sua esposa havia falecido ainda em 1924, com trinta e cinco anos de idade e duas de suas filhas tinham ido para a capital estudar.
No dia 5 de agosto de 1967, morreu em Porto Alegre, alguns dias antes de completar 86 anos de idade.
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