A ORGANIZAÇÃO DA COMUNIDADE JUDAICA PELOTENSE
A cidade era administrada pelo intendente Dr. Pedro Luís Osório (1920-1924), médico, pecuarista e escritor, vinculado ao PRR (Partido Republicano Rio-Grandense), neste momento o partido político que dominava o Rio Grande do Sul.
A ORGANIZAÇÃO DA COMUNIDADE
A grande maioria dos imigrantes judeus de Pelotas chegou entre os anos de 1921 e 1930.
É importante frisar que entre 1930 e 1935, essa imigração não foi insignificante, no entanto, cessou quase por completo depois da última data, sobretudo em função das medidas restritivas adotadas através de circulares secretas pelo Estado Novo, com relação a entrada de elementos semíticos.
Em Pelotas chegaram principalmente russos e poloneses e, na maior parte dos casos, haviam passado pelas colônias de Philippson ou Quatro Irmãos (RS), quando não tinham estado anteriormente nas colônias argentinas da JCA (Jewish Colonization Association).
Os nomes de família Soibelman, Stifelman, Steinbruch, Nudelman, Druck, Averbuch, Copstein, Treiguer, Axelrud, Procianoy, Rosenberg e Galanternick, que haviam estado em Philippson (município de Santa Maria), fizeram parte da comunidade judaica de Pelotas, assim como os Lokschin, Chaper, Millman, Ocstein, Pechansky, Pustilnik, Pilowinick e Chwartzmann, da colônia de Quatro Irmãos (município de Passo Fundo).
Minha dentista, em 1979, era da família Chaper. Seu marido, Dr. Salomon, era engenheiro civil e trabalhou com o meu pai em Charqueadas (RS), na construção da Aços Finos Piratini. Minha mãe teve uma colega de escola, da família Chwartzmann.
À medida em que os anos vão passando, a trajetória dos imigrantes também alterou-se, isto porque a partir de 1926/27, quando da fundação dos núcleos de Barão Hirsh e Baronesa Clara, o Rio Grande do Sul praticamente não recebeu mais colonos judeus e também porque a comunidade judaica em Pelotas se encontrava bastante organizada, tendo condições de acolher novos imigrantes, que na maior parte das vezes, vinham com imensas dificuldades financeiras. Sendo assim, um número significativo chegava com destino ao porto de Rio de Janeiro e deslocava-se para Pelotas. Sobre os motivos que os levaram a vir para cá, citavam a existência de parentes, amigos ou até convites para aqui atuar. Na década de 20, a imprensa registra a existência de duas organizações judaicas na cidade: a Sociedade Israelita Pelotense e o Centro Israelita Pelotense. Ambas localizavam-se extremamente próximas, a primeira à rua Félix da Cunha, 751 e a segunda na mesma rua, número 820.
As duas associações mostravam-se bastante atuantes. A Sociedade Israelita Pelotense possuía uma biblioteca e um grupo organizado através da Juventude Israelita. Em 1928 fundam também um Centro Sionista, denominado “Filhos de Israel”. O Centro Israelita Pelotense, por seu turno, foi responsável pela construção de uma sinagoga, de uma escola, cujo nome era Colégio Israelita Dr. Raffalowitch e da Biblioteca Coletiva Israelita Pelotense.
O Colégio Israelita Pelotense, fundado em 1928, ensinava hebraico, iídiche e religião e a cada final de período realizava apresentações teatrais. O aprendizado do iídiche era considerado fundamental por uma comunidade composta basicamente de “ashkenazim”.
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