sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ECLESIASTES NA ÓTICA DE KIVITZ E YANCEY


É da autoria do bem-humorado Pastor Ed René Kivitz, que preside a Igreja Batista da Água Branca-IBAB em São Paulo, a obra intitulada "O livro mais mal humorado da Bíblia", referindo-se a Eclesiastes.  

Diz ele:
"pergunte ao Eclesiastes "o que é a vida", e ele dirá que é sentar-se à mesa com os filhos e apreciar uma bela taça de vinho. Vida é terminar um trabalho e se largar exausto na poltrona, cheio de satisfação  com o que acabou de fazer. É ver um pôr do sol e ficar extasiado com aquela visão sublime. É receber o abraço de um amigo, um abraço repleto de afeto e de amor. É saber-se amado. Isso sim é vida".  [...] a transgressão, o crime, o pecado, a rebeldia contra Deus - embotam os sentidos da alma.

Philip Yancey, pastor residente nas montanhas do Colorado, nos Estados Unidos  e editor da revista  Christianity Today, escreve:

O PRIMEIRO EXISTENCIALISTA

Vaidade de vaidades,
diz o Pregador;
vaidade de vaidades, 
tudo é vaidade. 
 
A palavra-chave vaidade aparece 35 vezes, impregnando o leitor com o tema do início ao fim.  (Além de Eclesiastes, só o livro de Jó emprega o vocábulo - o que não deve surpreender). Ela transmite fortemente a ideia do "absurdo". Os assuntos  que atormentavam o Pregador eram os mesmos que incomodavam Jó e perseguem  todas as pessoas de hoje com o mínimo senso de justiça. Os ricos enriquecem mais ainda, e os pobres cada vez mais empobrecem; os maus prosperam enquanto os bons sofrem;  tiranos governam; desastres acontecem; a doença se espalha; todos morrem e se tornam pó . Nada faz sentido; o mundo todo parece desequilibrado e torto.

Esqueça a prudência, conclui o Pregador. Coma, beba e aproveite todo e qualquer momento efêmero de felicidade. O que mais faria sentido na vida ? Trabalhamos arduamente, e outra pessoa ganha o c rédito. Esforçamo-nos para ser bons e somos pisados pelas pessoas. Conseguimos juntar dinheiro, e a herança fica para herdeiros mimados e perdulários. Buscamos o prazer, e ele se torna amargo. Além disso, todos- ricos ou pobres, bons ou maus -  têm o mesmo fim: todos m o rrem. A morte, o espectro furtivo e sempre presente, contradiz qualquer crença de que nascemos para ser felizes. Há somente uma expressão  que designa bem esta vida: "nada faz sentido".

"Nada há de novo debaixo do sol" (Ec  1:9, 10).
Três mil anos antes, ele já previra toda a extensão da experiência humana e, surpreendentemente, incluíra essas descobertas na Bíblia.

A  poetiza Sandra M. Silvestre, assim retrata a vida:

A vida é poder. 
Espera só e verás um dia;
Tuas mãos tecem metas, 
sonhos, utopias  e ela os quebra,
desmancha, atrofia.
Mas humana  ironia;
apesar desta vida que
te vira do avesso,  
só nela acharás forças
para outros recomeços.

Enfim, saber viver, é morrer a cada momento para o supérfluo e nascer para tudo que preencha e justifique a vida. Saber viver é compartilhar   as alegrias e tristezas com a mesma fidelidade.

Só o AFETIVO é EFETIVO.


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