sexta-feira, 29 de outubro de 2010

VAICRÁ = LEVÍTICO ( E OS LEVOU)

Muitas leis em Vaicrá (Levítico) estão ligadas a rituais de purificação. Essas leis objetivavam  mostrar aos israelitas a santidade de D-us e como todos os que O amam devem manter-se santos também.
O ponto central deste livro é o "Dia da Expiação".

Yom Kippur: a esse dia mais santo e mais importante no culto de sacrifícios do Antigo Testamento é dedicado todo o Capítulo  16 de Levítico. A singularidade desse dia consistia não somente  em que apenas nele o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, mas que um animal preparado para o sacrifício  era deixado com vida e mandado para o deserto. 


Os versículos mais importantes sobre esse sacrifício são encontrados em Lv 16:7-8; 21-22. Os dois bodes juntos, representam um sacrifício,  como mostra o versículo 5: "Da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes, para a oferta do pecado". Através do lançamento de sortes, era decidido quais dos dois animais seria sacrificado a Yahweh, para que  seus sangue fosse levado ao santo dos santos, e qual deles  seria azazel, para ser levado ao deserto. 


Há quem diga que um dos bodes seria oferecido a satanás mas tal interpretação   não tem sustentação , pois ambos  os bodes são descritos como uma oferta para o Senhor. 

Um paralelismo com azazel é encontrado no procedimento cerimonial de um leproso curado, descrito em Lv 14:1-9. Nele eram necessários duas aves limpas; uma era imolada  e outra era molhada no sangue da ave morta  e solta no campo aberto, o que simbolizava o desaparecimento completo da terrível doença. As duas aves eram igualmente consideradas como um sacrifício.        

No Yom Kippur, a ênfase da celebração  era o arrependimento pelo pecado. Em Lv 23:26-32 é repetido  que todo aquele que não se afligir e arrepender nesse dia será eliminado do seu povo.

No Capítulo 3, do Livro de Matheus (Novo Testamento), João Batista conclama o povo  ao arrependimento com severidade e diz no versículo 8: "Produzi, pois, frutos  dignos de arrependimento". De forma semelhante, Jesus proclama em Lucas  13:7: "Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la".

Levítico Capítulos 1 a 7
Diferentes tipos de sacrifícios.

Levítico  8 a 10
Os sacerdotes oferecem sacrifícios.

Levítico 11 a 15
Leis acerca da purificação e impureza.

Levítico 16
O Dia da Expiação.

Levítico 17 a 20
As leis morais de D-us.

Levitico 21 e 22
Mais leis acerca   do sacrifício.

Levítico 23 a 25
Leis acerca das festas.

a) o propósito das festas (Lv 23);
b) festas da primavera (páscoa, pães asmos, shavuot;
c) festas de outuno (rosh hashaná, yom kippur, sukkot;
d) festas menores (chanuká, purim, tisha b´av).

Levítico 26
Bênçãos e Maldições.

Levítico 27
Dedicando ofertas a D-us.


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

DEBHARIM = DEUTERONÔMIO (PALAVRAS)

Deuteronômio (Debharim ou Devarim), nos conta que primeiro D-us ensinou aos israelitas como deveriam agir  para com Ele e, depois, prometeu cuidado e defesa.

Moisés (Moshe) lembra  ao povo tudo o que D-us havia feito. Ele queria que entendessem que podiam confiar em D-us.
Também deixou claro que o Senhor  sempre esteve  pronto para protegê-los  e continuaria agindo assim.

"Amarás, pois, o Senhor teu D-us de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças" (Dt 6:5).

D-us prometeu ao povo que, se O amasse e permanecesse fiel às leis, abençoaria seu trabalho, família, terra, e tudo que fizesse (Dt 11:27). Mas prometeu também trazer julgamento se houvesse rebelião   contra Ele  (Dt 11:28). O final do livro adverte os israelitas que se eles se afastassem de D-us seriam punidos. O tema de Deuteronômio ou Debharim/Devarim é claro: a obediência traz bênção, mas a desobediência traz destruição.

Todas as instruções em Deuteronômio se resumem na Shemá (Dt 6:9).
Dt 6:9 é o clássico  texto , lido por judeus e  gentios messiânicos que vemos em mezuzá, no Tefilin  e que oramos ao acordar e ao dormir. O nosso abençoado Shemá.
Shemá Yisra´el Adonai Eloheinu Adonai Echad, que significa "Ouve, Israel o Senhor nosso D-us é o Único Senhor".

Dt 1:3
Moshe (Moisés) lembra o povo da libertação de D-us.

Dt 4
Moshe ordena  que o povo  obedeça.

Dt 5 
Os 10 Mandamentos.

Dt 6 a 8
Leis acerca de colocar D-us em primeiro lugar.

Dt 9 e 10 
A ajuda de D-us no passado.

Dt 11
As bênçãos da obediência.

Dt 12 e l3
Leis acerca da adoração a D-us.

Dt 14:1 a 27:10
Outras leis importantes.

Dt 27:11-26
As maldições por desobediência.

Dt  28:1-14
Mais bênçãos da obediência.

Dt 28:15-68
Mais maldições por desobediência.

Dt 29 e 30
Moshe exorta o povo a NÃO desobedecer.

Dt 31:1-8
Josué torna-se o líder de Israel.

Dt 31:9-33:29
Moshe despede-se do povo.

Dt 34
A morte de Moisés.

         


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

BEMIDBAR = NÚMEROS (DESERTO)

Números é uma longa e triste história de insatisfação e murmurações.

Números ou Bemidbar,conta a história   do povo de D-us depois que deixou o Monte Sinai e começou a peregrinar  pelo deserto. Eles se esqueceram dos milagres alcançados e começaram a queixar-se  contra D-us e contra Moshe (Moisés). Até mesmo quando D-us mostrou a terra que lhes tinha prometido, eles murmuraram.

Por fim, se afastaram do D-us que os tinha resgatado da escravidão, e adoraram outros deuses.

A mensagem  de Números é clara: o que vocês fizeram é pecado; o pecado é condenado.

D-us continuou a tratá-los como Seu povo escolhido. Embora tivessem pecado contra Ele, deu-lhes tudo o que precisavam para sobreviver: comida, água no deserto e vitória contra os seus inimigos.


O Livro de Números termina  com a geração mais nova preparando-se  para cruzar o Rio Jordão   e para receber as bênçãos  que Deus lhes prometera.

Em Números há poesia (nas profecias de Balão); aventura (os doze espias entram sorrateiramente  em Canaã e encontram gigantes lá); perigos terríveis (serpentes venenosas atacam o povo   rebelde)  e uma das bênçãos mais belas encontradas na Bíblia (a bênção sacerdotal Nm 6:24-26) ou seja,
"O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz".

Números 1 a 2
O povo é organizado.

Números 3 a 4
As funções dos levitas.

Números 5:1 - 9:14
D-us apresenta diversas leis.

Números 9:15-23
A glória de D-us desce do Tabernáculo.

Números 10
A jornada do povo tem início.

Números 11 e 12
O povo se queixa.

Números 13 e 14
A terra prometida pode ser vista.

Números 15
Deus apresenta mais leis.

Números 16:17
O povo se queixa e se rebela.

Números 18:19
Mais instruções.

Números 20 e 21
D-us providencia água e vitória.

Números 22 a 24
A história de Balaão.

Números 25
O povo adora a falsos deuses.

Números 26
O recenseamento do povo.

Números 27 a 30
Diversas leis e instruções.

Números 31 a 36
O povo  se prepara para entrar na terra prometida.

SHEMOT = ÊXODO (NOMES)

D-us aguardava a hora certa e preparava alguém para libertá-los: Moshe (Moisés, que fora criado pelos egípcios  como um de seus príncipes. Quando chegou o momento exato, D-us fez milagres para libertar seu povo da escravidão. Ele puniu os seus inimigos enviando dez pragas  sobre os egípcios e conduziu os israelitas  para fora do Egito, abrindo o Mar Vermelho diante deles. A história do Êxodo tornou-se um exemplo supremo do poder salvador de D-us.

D-us também queria manter um estreito relacionamento com eles.
O Senhor  levou os israelitas  para o deserto, apareceu para eles no Sinai e lhes disse como poderia  agradá-Lo.

D-us lhes deu um sistema de leis elaborado  para que pudessem  relacionar-se com Ele de maneira saudável.

Shemot (Êxodo) apresenta o Decálogo (Ex 20:1-17) e o Livro da Aliança Shemot (Êxodo)20:22-Ex 23:19), que contém as leis que se originam  das ordens mais básicas dadas nos 10 Mandamentos.

Agora, os israelitas sabiam que podiam confiar em D-us para salvá-los. Eles também sabiam o que o Pai queria. Então, o Senhor mandou que construíssem  um lugar onde pudesse estar sempre perto deles.

D-us deu instruções para a construção de um Tabernáculo onde estaria presente. O Livro do Shemot (Êxodo)  tem um padrão triplo:

1º) D-us salva o Seu Povo;
2º) Depois diz o que quer deles;
3º) Finalmente, vem habitar com eles.

OS ISRAELITAS TORNAM-SE ESCRAVOS

... então acabaram-se os sete anos de fartura que havia na terra do Egito. E começaram a vir os sete anos de fome, como José tinha previsto; e havia fome em todas as terras, mas em toda a terra   do Egito  tinha pão (Gn 41:53, 54).

E de todas as terras  vinham à terra do Egito, para comprar   de José pois  havia fome em todo lugar  (Gn 41:57).

Então desceram os irmãos de José, em número de 10  para comprarem trigo no Egito, procedentes de Canaã, onde viviam. José era o Governador daquela terra; e os irmãos de José chegaram e inclinaram-se  a ele,  com o rosto em terra (Gn 42:6, 7).

José se revela a seus irmãos  e manda buscar o seu pai (Gn 45:9-14).

Capítulos de 2 a 6
D-us envia Moshe (Moisés).

Ex 7:1 a 12:30
As 10 pragas do Egito.

Ex 15:22 a 18:27
Israel no deserto.

Ex 20 a 24
D-us entrega a Sua Lei.

Ex 25 a 27
Instruções para a construção do Tabernáculo.

Ex 28 a 31
Instruções para os sacerdotes e os sacrifícios.

Ex 32
O povo desobedece.

Ex 33:1 a 35:3
D-us perdoa o povo e entrega novas leis.

Ex 35:4 a 39:43
Mais instruções para o Tabernáculo e os sacerdotes.

Ex 40
D-us vem habitar com o Seu Povo.

D-us gerou um povo  e o salvou da fome, conduzindo-o ao Egito. Quando o Livro do Êxodo (Shemot) começou já havia 1.000.000 de descendentes  de Abraão, exatamente  como D-us havia prometido, razão pela qual o Rei do Egito  receoso os transformou em escravos.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

BERESHIT = GÊNESIS

Bereshit quer dizer "no princípio".

É um livro teológico que expõe o início de tudo, incluindo o nosso universo. Ele descreve as ordens inferiores da criação. Descreve o vazio interior, da criação interrompida pela poderosa voz de Deus  dizendo "HAJA". Descreve a criação do Homem, dos animais, plantas etc. 

Mostra a criação antes e depois da queda do Homem, consequência da desobediência à instrução do Criador.

Deus criou o mundo e tudo o que nele há.

Bereshit foi escrito por Moshe (Moisés)  com o provável propósito de explicar a Seu povo e às nações, a origem da Humanidade, a raiz dos seus males, a reden ção profetizada.
Vemos uma profecia  quanto a Yeshua (Jesus), logo em seus primeiros capítulos (Gn 3:15): "porei inimizade entre ti (a serpente) e a mulher (Maria) porque Jesus nasceu de mulher.

BERESHIT (Gn) 1.1 - Antes que houvesse qualquer coisa, D-us existia.

BERESHIT (Gn) 1.2 - A beleza natural procede de D-us; D-us  fez tudo.


BERESHIT (Gn) 1.3 - Por que fazemos coisas erradas ? Como tudo começou ?

BERESHIT(Gn) 1.4 - A  primeira família e o primeiro homicídio.


BERESHIT(Gn) 1.5 - D-us usa Noé para dar ao mundo um novo começo (Gn 5:9) e o mundo responde, construindo a torre de Babel (Gn 5:10, 11).


BERESHIT (Gn)  Capítulos 12 a 20 - D-us chama Abraão para formar um novo povo que Lhe pertence.

BERESHIT (Gn) Capítulos 21 a 23 - Abraão, Sarai, Isaac: os pais idosos e o nascimento de seu único filho.

BERESHIT (Gn) Capítulos 24 a 36

A história de Isaac e Rebecca  e seus filhos gêmeos  que tornaram-se rivais, desde o ventre materno (Jacob e Esaú).

BERESHIT (Gn) Capítulos 37 a 50
Os doze filhos de Jacob, especialmente José.

BERESHIT (Gn) 50:20
Mesmo que a nossa família nos maltrate, devemos perdoar, pois D-us pode nos usar transformando o mal em bem.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

NÃO HÁ LUGAR PARA OS JUDEUS

A narrativa da vida terrena de Jesus começa com as palavras: "Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão" (Mt 1.1). Ela tem uma relação bem clara com o judaísmo. Pois esta história judaica começa com Abraão e tem o seu apogeu em Jesus Cristo. Ele é o grande Filho de Israel, que trouxe a salvação para todo o mundo. Quando o tempo se cumpriu e Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma virgem, lemos: "José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria" (Lc 2.4-7).
Pelo fato da história de Jesus estar ligada de maneira muito íntima com o judaísmo, não é de admirar que neste mundo também nunca houve lugar para os judeus. Em todos os tempos, especialmente na época do nazismo, foi proclamado: "Não comprem dos judeus". Em bancos e lugares públicos havia cartazes bem visíveis com os dizeres: "Proibido para os judeus". Assim, também hoje procura-se tirar desse povo sua pátria e sua cidade de Jerusalém: "não há lugar para os judeus". Na Carta da OLP continua escrito claramente que a criação do Estado de Israel foi completamente ilegal.

Entretanto, apesar de todas as adversidades, o nascimento de Jesus se cumpriu exatamente como havia sido anunciado nas profecias, e assim também nada poderá impedir que Deus alcance o Seu objetivo com o Seu povo. Israel sairá do aperto para a amplitude. Por não se conceder espaço ao povo do Eterno, ele será guiado pela mão de Deus – para ser levado ao seu renascimento, à vinda do Messias. Isaías 54.1-3 conclama: "Canta alegremente, ó estéril, que não deste à luz; exulta com alegre canto e exclama, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher solitária do que os filhos da casada, diz o Senhor. Alarga o espaço da tua tenda; estende-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas." (Norbert Lieth)

A GENIALIDADE DO JUDEU



Por que é que os judeus, que não formam 1% da humanidade total, têm 50% dos grandes gênios em todos os ramos da cultura humana? Dizem uns que essa genialidade lhes vem dos seus terríveis sofrimentos: mais de quatro séculos escravizados pelos faraós do Egito, quase um século exilados na Assíria; quase outro século na Babilônia; desde o primeiro século da Era Cristã até há pouco, 14 de maio de 1948, dispersos pelo mundo inteiro, sem pátria, sem lar.

Se o sofrimento fosse um despertador de genialidade, porque é que os povos africanos, com milênios de sofrimento e escravização, não produziram grandes gênios, ao menos não nos tempos atuais? 

 Nem todo judeu é um gênio, mas a maioria dos gênios foram e são judeus. Após o ano 70 d.C, quando os romanos destruíram o Segundo Templo, a maioria dos sobreviventes fugiu para a Europa, onde muitos povos que hoje ainda são soberanos, não eram ainda constituídos. Seus habitantes eram semi-selvagens, totalmente analfabetos, viviam de saques e assassinatos de seus vizinhos, dos quais uma parte vendiam como escravos. Eles praticavam este costume até que eles próprios caíssem vítimas de outros povos mais fortes (principalmente os russos). E assim a história se repetia.

Os judeus começaram a trabalhar como artesãos, ferreiros, médicos e agricultores, ensinando muito estes povos pagãos, os quais os receberam com muito agrado. Foi uma época de tranqüilidade para o povo judeu, protegidos por seus anfitriões como elementos valiosos.

Uma parte dos judeus refugiados chegou a Roma onde viveu em paz, exercendo suas profissões e sendo muito apreciados pelos romanos. Quando os papas começaram a ter ambições políticas e se deram conta de que muitos pagãos preferiam a religião mosaica ao catolicismo, declararam uma guerra sem trégua aos judeus. A tentativa de destruir o povo judeu começou no Concílio de Elvira (305), que decidiu proibir os cristãos relações com os judeus. Essas lutas continuaram até 1940, quando teve início o genocídio praticado pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.

Os cristãos, especialmente os católicos, não tiveram remorsos em explorar os judeus com impostos especiais e taxas de proteção, além de saqueá-los e matá-los, incluindo aqueles que foram obrigados a se batizar na Inquisição.

Os judeus foram proibidos de praticar qualquer profissão, incluindo a agricultura e o comércio. Para sobreviver, eram obrigados a negociar com mercadorias usadas ou fazer agiotagem. Naquela época, quase todo o dinheiro emprestado pertencia ao rei ou à Igreja.   Faça uma pesquisa no campo das a rtes, da ciência, da política, da economia e sempre terá um judeu em evidência.









sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ECLESIASTES NA ÓTICA DE KIVITZ E YANCEY


É da autoria do bem-humorado Pastor Ed René Kivitz, que preside a Igreja Batista da Água Branca-IBAB em São Paulo, a obra intitulada "O livro mais mal humorado da Bíblia", referindo-se a Eclesiastes.  

Diz ele:
"pergunte ao Eclesiastes "o que é a vida", e ele dirá que é sentar-se à mesa com os filhos e apreciar uma bela taça de vinho. Vida é terminar um trabalho e se largar exausto na poltrona, cheio de satisfação  com o que acabou de fazer. É ver um pôr do sol e ficar extasiado com aquela visão sublime. É receber o abraço de um amigo, um abraço repleto de afeto e de amor. É saber-se amado. Isso sim é vida".  [...] a transgressão, o crime, o pecado, a rebeldia contra Deus - embotam os sentidos da alma.

Philip Yancey, pastor residente nas montanhas do Colorado, nos Estados Unidos  e editor da revista  Christianity Today, escreve:

O PRIMEIRO EXISTENCIALISTA

Vaidade de vaidades,
diz o Pregador;
vaidade de vaidades, 
tudo é vaidade. 
 
A palavra-chave vaidade aparece 35 vezes, impregnando o leitor com o tema do início ao fim.  (Além de Eclesiastes, só o livro de Jó emprega o vocábulo - o que não deve surpreender). Ela transmite fortemente a ideia do "absurdo". Os assuntos  que atormentavam o Pregador eram os mesmos que incomodavam Jó e perseguem  todas as pessoas de hoje com o mínimo senso de justiça. Os ricos enriquecem mais ainda, e os pobres cada vez mais empobrecem; os maus prosperam enquanto os bons sofrem;  tiranos governam; desastres acontecem; a doença se espalha; todos morrem e se tornam pó . Nada faz sentido; o mundo todo parece desequilibrado e torto.

Esqueça a prudência, conclui o Pregador. Coma, beba e aproveite todo e qualquer momento efêmero de felicidade. O que mais faria sentido na vida ? Trabalhamos arduamente, e outra pessoa ganha o c rédito. Esforçamo-nos para ser bons e somos pisados pelas pessoas. Conseguimos juntar dinheiro, e a herança fica para herdeiros mimados e perdulários. Buscamos o prazer, e ele se torna amargo. Além disso, todos- ricos ou pobres, bons ou maus -  têm o mesmo fim: todos m o rrem. A morte, o espectro furtivo e sempre presente, contradiz qualquer crença de que nascemos para ser felizes. Há somente uma expressão  que designa bem esta vida: "nada faz sentido".

"Nada há de novo debaixo do sol" (Ec  1:9, 10).
Três mil anos antes, ele já previra toda a extensão da experiência humana e, surpreendentemente, incluíra essas descobertas na Bíblia.

A  poetiza Sandra M. Silvestre, assim retrata a vida:

A vida é poder. 
Espera só e verás um dia;
Tuas mãos tecem metas, 
sonhos, utopias  e ela os quebra,
desmancha, atrofia.
Mas humana  ironia;
apesar desta vida que
te vira do avesso,  
só nela acharás forças
para outros recomeços.

Enfim, saber viver, é morrer a cada momento para o supérfluo e nascer para tudo que preencha e justifique a vida. Saber viver é compartilhar   as alegrias e tristezas com a mesma fidelidade.

Só o AFETIVO é EFETIVO.


NENHUM DOS TESTAMENTOS É BASTANTE EM SI MESMO

Quando Thomas Cahill  escreveu o livro The Gifts of the Jews  (As Dádivas dos Judeus), escolheu como subtítulo a expressão:  "Como uma tribo de nômades do deserto mudou a maneira de pensar e sentir de todo o mundo.  Ele está absolutamente certo, no entender de Philip Yancey, no livro de sua autoria "A Bíblia que Jesus lia".


Assim, diz Philip Yancey:  a civilização ocidental está tão solidamente edificada sobre os fundamentos assentados na época do Antigo Testamento, que não teria sentido sem ele. Como Cahill destaca, a crença judaica no monoteísmo nos deu um Grande Todo , um universo unificado que, como produto de um Criador, pode ser manipulado pela ciência.  Ironicamente, o nosso mundo tecnológico moderno tem origem naquela tribo de nômades no deserto.


Os judeus também nos deram o que Cahill chama de "consciência do ocidente". Trata-se da crença de que Deus não se manifesta primordialmente por meio de sinais exteriores, mas por "aquela voz calma e suave da consciência". [...] os seres humanos foram criados à Sua imagem  e, toda pessoa sobre a face da terra tem a dignidade inerente aos seres humanos. Ao seguirem esse Deus, os judeus deixaram os parâmetros para os grandes movimentos de libertação da história atual e também para as leis de proteção dos fracos, das minorias e dos oprimidos.


De acordo com Cahill, sem os judeus, nunca teríamos conhecido o movimento abolicionista, o movimento da reforma do sistema penitenciário, o movimento pacifista, o movimento dos direitos humanos, os movimentos pelos povos indígenas e destituídos de seus direitos humanos, o movimento antiapartheid na África do Sul, o movimento Solidariedade na Polônia, os movimentos de liberdade   de expressão e pró democráticos em países orientais como Coreia do Sul, Filipinas e mesmo China.

São tantos os conceitos e palavras usadas hoje - novo, individual, pessoa, história, tempo, fé, peregrinação, revolução - originários do Antigo Testamento, que nem conseguimos imaginar o mundo atual e o nosso  lugar nele sem nos basearmos na herança judaica.


É absolutamente correta a ideia de que não podemos entender o Novo Testamentosem o Antigo. A prova é simples: tente entender a epístola aos Hebreus, Judas ou Apocalipse sem consultar alusões ou conceitos do Antigo Testamento. É impossível fazer isso. É até possível ler os Evangelhos como simples livros, mas o leitor não-familiarizado com o Antigo Testamento perderá muito da riqueza que existe neles. As epístolas e os evangelhos, juntos, lançam luz sobre o Antigo Testamento.




O Antigo Testamento era a Bíblia que Jesus lia. O Senhor achou no Antigo Testamento cada fata importante sobre si  mesmo e sua missão. Citava suas páginas para resolver controvérsias  com os oponentes, como os fariseus, saduceus e o próprio satanás. As figuras - cordeiro de Deus, pastor, sinal de Jonas, a pedra que os construtores rejeitaram - que Jesus usou para definir a si mesmo vinham diretamente das páginas do Antigo Testamento.




BIBLIOGRAFIA
199, de Philip  D. Yancey
"The Bible Jesus read".
Editora Vida
Tradução Valdemar  Kroker



EM CONEXÃO DIRETA COM O ETERNO

Conta-se uma história de que o primeiro-ministro  de Israel foi visitar o presidente dos Estados Unidos. Sobre a mesa de trabalho do presidente americano havia três aparelhos telefônicos - um vermelho, outro branco e um outro azul.

Quando o premiê israelense perguntou a respeito da finalidade daqueles telefones, o presidente americano respondeu que o vermelho era uma linha direta com Moscou; o azul  era uma linha direta com  Londres e o branco  uma linha direta com Deus.





Ao ser questionado se usava frequentemente o telefone branco, o presidente americano declarou que o utilizava raramente, já que os telefonemas para Deus eram ligações de longa distância e, portanto, muito caros. 



O primeiro-ministro israelense comentou que ele também tinha três telefones semelhantes; o aparelho vermelho em linha direta com Paris; o aparelho azul em linha direta com Londres; e o aparelho branco em linha direta com Deus.  Aí foi a vez do presidente americano lhe perguntar se ele usava frequentemente o  telefone branco.


"Há ocasiões em que uso o telefone branco várias vezes num mesmo dia", respondeu o premiê israelense. Surpreso, o presidente americano perguntou como o governo israelense  conseguia administrar uma conta telefônica tão dispendiosa.


"Na verdade, não é tão caro telefonar  para Deus", disse o primeiro-ministro israelense. "Em Jerusalém, trata-se de uma ligação local".


Ainda que estar  em Jerusalém não nos faça chegar, automaticamente, mais perto de Deus, certamente a cidade ocupa um lugar central no propósito divino.


É uma cidade   que tem um passado surpreendente, um presente emocionante e um futuro extraordinário. Quem viver, verá.


BIBLIOGRAFIA
Jerusalém no centro do furacão: Zacarias 12-14
William C. Varner
Actual Edições, 2004