terça-feira, 16 de junho de 2009

OS PÁRA-QUEDISTAS CHORAM


(Haim Hefer)

Este muro ouviu muitas orações
Este muro viu a queda de vários outros muros
Este muro sentiu o toque de mulheres em luto
Este muro sentiu os pedidos guardados em suas pedras
Este muro viu Rabbi Yehuda Halevi ajoelhado à sua frente
Este muro viu césares levantarem e caírem
Mas
este muro nunca tinha visto pára-quedistas chorarem.
Este muro os viu cansados e aflitos
Este muro os viu feridos e mutilados
Correndo a ele com alegria, choros e silêncio
E rastejando como animais feridos nas ruelas da Cidade Velha
Enquanto cobertos com pó e com lábios rachados
Eles sussurram "Se eu esquecer você, se eu esquecer você, Jerusalém..."
Eles são velozes como águias e fortes como leões
E seus tanques - as ferozes carruagens de Eliahu, o profeta
Eles passam com barulho
Eles passam em fila
Eles relembram os dois mil horríveis anos
Quando nem mesmo existia um muro onde pudéssemos deixar nossas lágrimas
E aqui eles permanecem e respiram a poeira
Como eles o olham com uma suave dor
E lágrimas escorrem e eles se olham perplexos.

Como pode pára-quedistas chorarem ?
Como pode eles tocarem o muro com tanta emoção?
Como pode o seu choro transformar-se em música?
Porque talvez esses garotos de dezenove anos carregam sobre seus ombros
Dois mil anos.

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