O MOVIMENTO SIONISTA

Theodor Herzl, escritor húngaro  e doutor em Direito, presidiu o primeiro congresso sionista, na cidade de Basiléia, Suíça, em 1897.

Então, o movimento sionista visava o restabelecimento de um Estado nacional judeu na Israel ancestral (a Terra Prometida aos seus patriarcas Abraão, Isaac e Jacó).

O movimento estava dividido entre várias tendências: algumas correntes de esquerda eram favoráveis à convivência pacífica com os árabes locais; já outras vertentes, dentre elas as facções religiosas, ambicionavam formar um Estado exclusivamente judaico nas fronteiras da antiga Israel bíblica, isto é, "desde o deserto (do Neguev) e este Líbano até o grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos hititas, e até o grande mar (Mediterrâneo) para o poente do sol, será vosso termo".

Josué 1:4 Desde o deserto e o Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao mar Grande para o poente do sol será o vosso limite.

Foram quase  dois mil anos de existência no exílio, predominantemente marcados por perseguições violentas e formas de discriminação  de toda a espécie. Além de sempre constituírem uma minoria nas sociedades onde viviam, os judeus careciam de uma autoridade política e um exército que o defendesse.

 

Embora destituído de uma base territorial, o povo judeu sobreviveu, geração após geração, no apego às tradições religiosas e culturais e na esperança, embora remota, de um retorno à Terra Prometida - sua pátria histórica.

As ricas e bem integradas comunidades judaicas da Europa ocidental mobilizaram-se para criar as bases políticas e legais do movimento sionista.

Barão Rothschild

As poderosas família Rothschild, De Schumann  e De Hirsch   concordaram em financiar os primeiros assentamentos de colonos judeus, comprando terras aos proprietários árabes da região.

Mas quem se disporia a emigrar então à antiga Terra  de Israel, carente de água e pródiga em pântanos ?

Que judeus, após séculos de uma existência urbana, se habilitariam a manejar um arado e cultivar a terra de seus ancestrais - em meio aos ataques dos salteadores árabes e ao assédio  dos cobradores de impostos turcos ?

Alguns milhares de jovens da Europa oriental, sobretudo da Rússia, aceitaram o desafio de começar uma nova existência em Eretz Israel, a Terra de Israel.

 

A QUESTÃO PALESTINA

O que é a  "questão palestina" ? É uma luta nacionalista travada pelo povo árabe da  antiga Palestina (a terra de Canaã prometida por Deus a Abraão, Isaac e Jacó passou chamar-se assim em 135 d.C), buscando assegurar as fronteiras do seu Estado nacional.

Acontece que esse mesmo território tem sido disputado pelo povo judeu, por herança perpétua, há 4.000 anos, segundo relato bíblico.

No ano 70 d.C, os judeus foram expulsos da região por conquistadores romanos, dispersando-se, desde então, por muitos países. Na então Palestina restou apenas uma comunidade judaica religiosa, vivendo integrada à população local, predominantemente árabe e muçulmana.

Os árabes, por sua vez, conquistaram Jerusalém no ano 637 d.C; e transformaram-na na terceira cidade sagrada da fé islâmica (depois de Meca e Medina, na Arábia Saudita.

Durante séculos judeus e árabes conviveram pacificamente no Oriente Médio, primeiramente sob o império islâmico e, a partir de 1518, sob o império Turco-Otomano.

Esse convívio não resistiu ao fortalecimento do movimento sionista, a partir de fins do século XIX. Quando os judeus da Europa e da Rússia, fugindo às perseguições antissemitas, começaram afluir maciçamente ao Israel ancestral, começaram as hostilidades com os moradores árabes locais, camponeses e proprietários temerosos de perder suas terras.